por Daniella Cristina Sampaio Dias (CRP 11/13610)
A evolução tecnológica nos trouxe muitos benefícios. Coisas que antigamente eram muito complicadas, como se comunicar com pessoas queridas que estão distantes, transformaram-se em coisas fáceis e muito mais rápidas!
Realizar compras sentado em casa, apenas com “um clique”, assistir filmes e séries sem precisar ir ao cinema ou esperar a televisão, acompanhar a rotina de celebridades… tudo isso tornou-se realidade comum.
O avanço da tecnologia acabou criando, enfim, um universo de novas, fáceis e rápidas possibilidades, fazendo, inclusive, com que as pessoas se sintam sempre mais próximas umas das outras – quebrando barreiras e limites físicos.
Porém, devemos considerar também que, com um desenvolvimento tecnológico tão rápido como o que vimos acontecer desde a década de 90 e, principalmente, nos anos 2000, não tivemos ainda tempo o suficiente para elaborar uma educação para o comportamento digital.
Assim, da mesma forma que a tecnologia foi capaz de ultrapassar barreiras físicas, os limites morais e as reais consequências desse novo “mundo online”, também não são ainda totalmente conhecidos.
Nos últimos anos, surgiram várias pesquisas acerca dos possíveis prejuízos do uso desenfreado da tecnologia – há, inclusive, quem compare esse uso com o que aconteceu nas décadas de 60 e 70 com o aumento bombástico do vício do cigarro – que, nessa época era amplamente aceito na sociedade, assim como incentivado por várias estruturas sociais, como a mídia.
Atualmente, temos acesso a uma quantidade considerável de informações, cotidianamente. Fatos que acontecem do outro lado do mundo chegam a nós em questão de segundos. Estamos consumindo conteúdo com velocidade e volume nunca visto antes em nossa sociedade.
Mas, é relevante ressaltar aqui que o nosso repertório individual e social talvez ainda não esteja preparado para lidar com tamanho avanço!!!
Recentemente, houve um crescimento notório no número de pesquisas e discursos acerca do aumento de transtornos de ansiedade. No Brasil, por exemplo, estudos mostram que os transtornos de ansiedade são uma das principais causas de afastamentos laborais.
Estaríamos nós vivendo, então, em uma “sociedade ansiosa”? Estudiosos como Byung-Chul Han, filósofo sul-coreano e autor do livro “Sociedade do Cansaço”, acreditam que sim.
A ansiedade é, porém, um sentimento comum e até necessário para a nossa sobrevivência. Em níveis normais, junto ao medo, ela nos prepara para algo que está por vir e até nos protege de perigos que poderíamos nos submeter, caso não tivéssemos nada a temer.
Mas, e quando a ansiedade sai do nível comum e passa a ser considerada transtorno? Aqui, no Amar.Elo Saúde Mental, tem um e-book focado no assunto, que pode te dar mais informações e algumas dicas!
3º E-book ANSIEDADE http://hospitalnossolarce.rds.land/e-book-3_ansiedade
Faz-se urgente refletir sobre questões hoje delicadas, como a dependência ou o uso abusivo da tecnologia (através da internet, smartphones, redes sociais e jogos eletrônicos) e o impacto dessa alta exposição na saúde mental a longo prazo.
Para além disso, é possível perceber também que os vínculos sociais podem ser prejudicados, quando passamos mais tempo diante uma tela do que em contato humano – mesmo que do outro lado da tela tenha, de fato, outro humano.
Claro que este é um assunto que abre margem para várias perguntas e está longe de ser uma discussão linear, afinal de contas, no contexto da pandemia da covid-19, as vídeo-chamadas e aplicativos de mensagem, entre outros, tornaram-se importantes ferramentas a serem consideradas – imprescindíveis para manter nossas vidas em funcionamento à distância.
Não quero aqui dizer, com isso, que vejo os avanços tecnológicos como algo maléfico em si… o que pode ser prejudicial é o uso abusivo deles!
E esta é uma discussão que pode-se estender aos efeitos que esse avanço tecnológico e uso desenfreado das redes sociais causa na autoimagem e autoestima das pessoas que fazem uso de filtros e edições para “sair melhor na foto” ou no post.
Nesse momento, é preciso considerar, principalmente, o público mais jovem – essa geração que já nasceu e cresce hoje na era da realidade virtual – que pode facilmente se misturar com o real, gerando confusão. O problema é que a primeira pode ser muito bem editada, e nem sempre a realidade vai conseguir suprir as expectativas do virtual!
Como fazer, afinal de contas, para achar o equilíbrio entre tudo isso? Quando perceber sinais em você ou em seus familiares, de que o uso da internet ou dos aparelhos eletrônicos vem causando estresse, ansiedade ou qualquer outro tipo de prejuízo, procure um profissional de Saúde Mental, como um psicólogo ou psiquiatra. Agende uma consulta, não deixe para depois – lidar com a Saúde Mental é urgente.
Aqui, no Amar.Elo Saúde Mental, o Cuidado Além da Tela atinge o equilíbrio perfeito entre conexão humana, segurança e cuidado com o paciente. Conheça, peça ajuda. Cuidar da sua mente deve ser sempre prioridade.
Referências
FERNANDES, Márcia Astrês et al . Prevalência dos transtornos de ansiedade como causa de afastamento de trabalhadores. Rev. Bras. Enferm., Brasília , v. 71, supl. 5, p. 2213-2220, 2018 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672018001102213&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 18 Abr. 2021. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0953.
LEAHY, Robert L. Livre de ansiedade. Versão impressa. Porto Alegre: Artmed, 2011.
WEN, Chao Lung. Educação para saúde mental no cotidiano do mundo digital. Constr. psicopedag., São Paulo , v. 27, n. 28, p. 5-18, 2019 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-69542019000100002&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 18 abr. 2021.