A Síndrome de Burnout (SB) é o nome dado a essa exaustão no trabalho que tem uma característica muito marcante, que é a decepção.
Um trabalho com falta de recursos ou alta demanda podem causar essa síndrome. Em resumo, o Burnout é composto principalmente de três fatores: exaustão física, exaustão emocional e, além disso, um alto nível de estresse interpessoal – e que normalmente vem da falta de suporte no trabalho.
O Burnout tem uma chance maior de acometer profissionais que desejam alcançar um futuro para si mesmos através do trabalho e acabam experimentando fracassos e desilusões relativas a esse projeto. Outra característica é que ela está mais relacionada a profissionais da assistência, como professores, policiais, assistentes sociais, advogados, profissionais da saúde e etc.
Sim! Isso mesmo! Os profissionais da saúde têm maior relação com o Burnout, pois sua profissão exige diretamente o contato com outras pessoas. Na verdade, existem estudos que afirmam que esses profissionais são os mais propensos a desenvolver essa síndrome. Como você já deve imaginar, durante a pandemia, o cenário piorou, e 78% dos profissionais da saúde tiveram sinais de Burnout, já que os fatores de risco ficaram constantes no cotidiano destes profissionais.
Bornout é uma palavra em inglês que significa “perder o fogo”, “perder a energia”, ou mesmo “queimar para fora” e, como citei anteriormente, nessa síndrome o trabalhador perde o sentido da sua relação com o trabalho. Em uma divisão meramente informativa, o sindicato dos professores do Rio traz uma divisão dos sintomas dessa síndrome em quatro estágios.
No primeiro estágio, a vontade de ir ao trabalho fica prejudicada, ocorre a perda do prazer nas atividades, surgem dores genéricas no pescoço e coluna e, em geral, o profissional não se sente bem, mas não sabe dizer exatamente o que pode ser.
No segundo estágio vem a perda na qualidade da relação com os parceiros e colegas de trabalho, pensamentos neuróticos de boicote e perseguição, fazendo com que a pessoa pense em mudar de setor e até mesmo de emprego, faltas frequentes e licenças médicas recorrentes e ocorre o absenteísmo, onde a pessoa se recusa a participar das decisões da equipe.
O terceiro estágio é marcado por comprometimento das habilidades, erros ficam mais frequentes, lapsos de memória aumentam de frequência e a atenção fica dispersa ou difusa. Aqui, observamos também doenças psicossomáticas como as alergias, e se inicia ou aumenta o consumo de bebidas alcóolicas, para amenizar a angústia e o desprazer vivenciados, presença do processo de despersonalização, que significa uma indiferença nas suas relações de trabalho e que acaba em cinismo e sarcasmo.
No quarto e último estágio, observamos alcoolismo, uso recorrente de drogas lícitas e ilícitas, ficam evidentes os pensamentos de autodestruição e suicídio, o trabalho fica tão comprometido que o afastamento do trabalho é inevitável. Lembrando que é uma divisão somente didática, mas que não existe ordem para esses sintomas.
O mais importante é que somente o médico ou psicoterapeuta podem proceder à avaliação e intervenção adequada. Pois o tratamento do Burnout é essencialmente psicoterapêutico, ou seja, com acompanhamento de psicólogo, podendo haver também o acompanhamento médico, caso a pessoa também precise utilizar medicação.
Agora, seguem algumas dicas para a prevenção do Burnout. Sei que nem sempre é possível seguir todas as dicas, a depender do seu quadro, cenário de vida ou situação de trabalho, nem estou colocando-as aqui como algo que vai para trazer culpa para você por seu adoecimento. Se você não conseguir seguir as dicas, a culpa não é sua, são apenas sugestões.
O meu objetivo principal com esse texto é que você conheça a síndrome e seja capaz de observar os sinais caso ela apareça, para que busque ajuda! O acompanhamento psicológico vai te ajudar inclusive a prevenir que ela ocorra.
Então vamos lá para as dicas: planeje suas atividades do dia para conseguir deixar espaços para as pausas, que são muito importantes. O acúmulo de atividades costuma gerar estresse.
Não entre nessa lógica de competição que tentam te passar. Sabemos que existe todo um discurso vigente que você precisa ser o melhor de todos, mas você só tem a perder com isso, pois ninguém é bom demais em tudo e a competição pode gerar desavenças. Tente também promover qualidade nas relações interpessoais. A presença de um bom amigo ou uma relação interpessoal prazerosa vai te trazer muito bem.
Por fim, se seu trabalho é o centro de sua vida, talvez seja interessante pensar sobre buscar uma harmonia entre as outras diversas áreas da sua vida e curtir um pouco de tudo o que viver te proporciona. Sempre que precisar de ajuda, lembre-se: a psicoterapia é uma opção e estamos aqui no Amar.Elo esperando seu contato. Marque sua consulta.