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SOBRE O ESTRESSE

Jun 24, 2022 5:50:31 PM Psicólogo Pedro Ítalo dos Santos - CRP 11/13765 5 min de leitura

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Pedro Italo Dos Santos CRP 11/13765

O primeiro autor a estudar o estresse foi o médico Hans Seley, que definiu o estresse como o desgaste geral do organismo causado por situações que atacam o seu equilíbrio interno. O estresse seria como um esforço de adaptação do indivíduo para enfrentar a situação que o tira de sua estabilidade.

De acordo com ele, a resposta ao estresse, quando prolongado por muito tempo, pode causar danos à saúde do indivíduo. Ao realizar experiências com ratos, submetendo-os a vários estímulos estressores, como exposição ao frio e ruídos, verificou reações fisiológicas parecidas, independentemente do tipo de estímulo causador do estresse.

A partir dessa experiência, o pesquisador concluiu que essa reação se tratava da Síndrome Geral de Adaptação. Nela, o corpo responde com várias reações de defesa contra as causas nocivas, fazendo do estresse uma reação de alerta do organismo. Enfim, o estresse é uma reação do nosso corpo a fatores externos que atacam nossa integridade física, mental, emocional e até mesmo nossas crenças particulares.

Durante o dia, enfrentamos várias situações e fatores que causam reações de estresse no nosso corpo. Chamamos esses agentes causadores de estresse na pessoa de estressores. Esses fatores podem causar dois tipos de reações de estresse no nosso corpo: o eustresse e o diestresse.

O eustresse corresponde ao desgaste causado por situações que as pessoas já conhecem e conseguem enfrentar. Não vai causar grandes problemas, pois você já sabe o que fazer naquela situação. Nesse momento, seu corpo se prepara para aquela situação, mas depois você consegue resolver sem causar grandes danos à sua saúde.

Já o distresse, é o estresse negativo. Ele surge quando temos que enfrentar situações que não temos conhecimentos para encarar e fazem com que nosso corpo fique em constante estado de alerta por períodos prolongados, causando problemas tais como dores de cabeça e problemas digestivos.

No ambiente organizacional, é comum aparecer ambos os tipos de estresse. Temos o estresse diário, causado pelas atividades do nosso dia a dia que estamos acostumados a enfrentar, é o que ilustra o famoso ditado, “matando um leão por dia”. Além desse tipo de estresse, enfrentamos ainda situações que não estávamos previamente preparados e vamos ter que encarar.

Esses sintomas do estresse podem se apresentar em todo corpo, com ênfase no aparelho digestivo, podendo causar colopatias, úlceras, diarreias e náuseas. Ele também pode causar o enfraquecimento do sistema imunológico, deixando a pessoa mais vulnerável a infecções e acessos virais. Já as alterações musculares causadas pelo estresse podem ser se apresentar com cãibras, formação de nódulos musculares nos ombros e as já citadas dores de cabeça.

O estresse pode causar também prejuízos ao coração, assim como arritmias cardíacas (coração passa a bater fora do seu ritmo natural), arteriosclerose coronariana (inflamações causadas por acúmulo de placas de gordura nas artérias do coração), isquemia ou necrose do miocárdio (falta de irrigação sanguínea de parte do músculo cardíaco) e insuficiência cardíaca (fraqueza do músculo do coração para bombear o sangue para o resto do corpo). Dentre várias das doenças causadas pelo estresse, está também as doenças de pele como dermatite atópica, acne e calvície.

De acordo com a pesquisadora Michele Campos Candeira, existem pesquisas que associam o estresse até mesmo ao desenvolvimento de câncer. A autora nos conta que as reações emocionais podem deixar o corpo suscetível à produção de células anormais.

Como podem ver, o estresse pode causar muitos malefícios à saúde, e exatamente por isso, não devemos aceitar viver a vida dessa maneira ou mesmo deixar que nossos funcionários estejam sempre expostos a esse tipo de situação.

Em resumo, vale lembrar que atualmente são considerados quatro os estágios do estresse, são eles: alerta, resistência, quase-exaustão e exaustão.

Nas duas últimas fases encontramos o momento onde o estresse causa mais danos à saúde e, por isso, o ideal é que a pessoa que sente-se assim busque evitar que o estresse chegue a esses níveis, e isso para aquelas pessoas que já se percebem no estágio de exaustão, a maior recomendação é que busque a ajuda de um profissional.

Em minha experiência pessoal como psicólogo, já vi algumas pessoas confundirem os conceitos de ansiedade e estresse, apenas por desconhecimento mais aprofundado acerca dos temas. Por este motivo, vou trazer agora uma definição de ansiedade, que é aquele sentimento que produz apreensão ou tensão, acompanhados por sinais de ativação fisiológica, como, por exemplo, coração acelerado, modificação na respiração, sudorese, sensação de calor e frio. Na ansiedade, essas sensações aparecem antes mesmo do estímulo que o está causando. Ocorre como uma antecipação.

Você pode ver que a semelhança entre ansiedade e estresse é que ambos causam reações fisiológicas no corpo, porém, no estresse, essas reações são causadas pelo estressor, que é um fator externo e concreto; enquanto que na ansiedade, seu causador ainda nem mesmo se apresentou, e a pessoa já demonstra suas reações físicas.

O tratamento do estresse pode ser feito através de psicoterapia e do uso de tratamento medicamentoso e hoje sabemos que também são usadas as práticas integrativas e complementares, conhecidas como PICs, que contam com costumes como a meditação, que é o que apresenta o pesquisador Rodrigez, que afirma que elas vêm proporcionando melhorias na qualidade de vida de diversas pessoas. No entanto, estudos futuros ainda precisam ser feitos para reforçar esses resultados.

A psicoterapia, no entanto, é mais do que comprovada. Existem mais de 15 mil artigos acadêmicos em português acerca do uso eficaz da psicoterapia no tratamento do estresse nas plataformas de pesquisa. O que revela o tamanho da literatura científica acumulada sobre essa temática na psicologia.

Na literatura da psicologia, aliás, a eficácia da sua aplicação no combate ao estresse é tão grande que observamos um movimento dos pesquisadores de não mais questionar se a psicoterapia tem ou não eficácia nesse tratamento. Os questionamentos agora são quais técnicas da psicologia são mais eficazes para esse tratamento.

Os pesquisadores Romani e Sponchiado concluíram que a terapia de exposição apresenta resultados promissores para o tratamento do transtorno de estresse agudo. Na terapia de exposição, o terapeuta trabalha inicialmente técnicas de relaxamento e, só então, gradualmente, vai expondo a pessoa àquele fator estressor tratado na terapia.

Como mencionado, muitas vezes é preciso também o tratamento medicamentoso. Nesse caso, é o médico psiquiatra quem precisa avaliar e prescrever a medicação mais indicada para o caso.

Outra importante forma de combater o estresse é manter uma alimentação saudável e praticar atividade física. A prática de pelo menos 30 minutos de exercícios por dia vai produzir no seu corpo a beta endorfina, substância que causa sensação de tranquilidade e bem-estar – opostos do estresse. E ainda vai melhorar seu sistema cardiovascular, respiratório e condicionamento físico. Portanto, pratique exercícios e fique atento a forma mais apropriada para essa prática.

O ambiente corporativo costuma gerar um aumento do estresse quando estimulada negativamente a competitividade, permite relacionamentos abusivos entre a equipe ou com gestores, possui jornadas de trabalho extenuantes, alta pressão por metas não factíveis, dentre outras situações. O estresse foi responsável por 140% dos custos trabalhistas das empresas, de acordo com o instituto de pesquisa ISMA-BR (International Stress Management Association).

Por isso, é imprescindível que as empresas promovam práticas de prevenção e cuidados à saúde integral de seus colaboradores. Colaboradores saudáveis são mais produtivos e mais engajados.

 

Psicólogo Pedro Ítalo dos Santos - CRP 11/13765

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