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ADOECIMENTO E RESSIGNIFICAÇÕES DO ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO EM PERÍODO DE PANDEMIA

Jun 24, 2022 4:38:43 PM Psicólogo Lucas Ledo Alves - CRP 11/13089 3 min de leitura

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Em janeiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou oficialmente urgência de saúde pública de importância internacional em detrimento do número alarmante de casos de infecção pela covid-19, que aparecia e só subia em todo o mundo.

A partir de então, a população em geral se debruçou numa profusão de sentimentos que comprometem sua saúde psíquica. A angústia e medo,  sentimentos naturais, porém desconfortáveis, fizeram-se mais presentes, uma vez que a covid-19 era uma doença ainda desconhecida pela ciência. Logo, medidas restritivas foram tomadas, na tentativa de conter a disseminação do vírus – e o isolamento social, uma medida comprovada e legitimada, foi a principal a se tomar.

Em virtude disso, todas as instituições, incluindo as educacionais, tiveram que se adaptar ao novo modelo remoto de funcionamento, para amenizar os prejuízos que viriam pela frente, naturalmente. O modelo remoto, antes nada convencional e praticado, passou a estar presente na vida da ampla maioria das pessoas, seja para fins profissionais, sociais, afetivos e/ou de estudos, fazendo com que as pessoas ressignificarem sua produtividade.

Hoje, quero destacar a forma como os estudantes, sobretudo os universitários, de forma contraditória, ampliaram seu repertório fazendo assim com que saíssem da zona de conforto em busca de uma solução para existir enquanto estudante e ao mesmo tempo adoeceram, por muitas vezes não encontrarem as saídas, concomitantemente. Novas tecnologias, processo de aprendizagem através da tela, procrastinação, falta de rotina, são apenas alguns dos fatores adoecedores.  

Sentimentos como cansaço, solidão, angústia, ansiedade, conteúdo sempre acumulado, medo e insegurança, são elementos primordiais para culminar a falta de motivação na vida dos estudantes.

É de conhecimento comum que a aprendizagem está diretamente ligada aos fatores emocionais, logo, ela depende subjetivamente de como estamos conseguindo ter mais ou menos êxito nos estudos. Adriana Alcará, brasileira doutora em Psicologia, escreveu um artigo sobre o assunto, onde diz que a motivação está entre os principais elementos que conduzem o estudante ao desenvolvimento e aplicação de esforço, elementos esses que são de cunho afetivo e dependem do ambiente no qual estamos inseridos.

Sentimentos paralisantes, assim como a autocobrança, unida a uma improdutividade natural, referente a todo o momento adoecedor, são combinações significativas para a frustração consigo mesmo.

É preciso estar atento aos sinais mínimos de fadiga e trazer a auto permissão para mais próximo de si como estratégia de autocuidado; intercalar os momentos de estudos com intervalos de descanso, realizar atividades de bem-estar e lazer, tornando o ócio criativo um hábito; manter a prática regular de exercícios, beber água; cuidar da alimentação diante de suas limitações e condições; são alguns dos fatores externos de qualidade de vida que contribuem significativamente para saúde física e psíquica. 

Não está conseguindo acompanhar todo o conteúdo das aulas? Não consegue com prontidão colocar em dias todo conteúdo? Se permita não ser perfeito! Pode ser exatamente isso que te traga uma sensação de alívio nesse momento tão desafiador.

A exaustão mental pode ser um fator desencadeante para vários outros comportamentos disfuncionais, como a autocobrança e procrastinação – produzindo assim uma série de comprometimentos das funções executivas, como dificuldade de concentração, organização do tempo útil, mais tempo na tomada de decisão, etc.

A tentativa de aproximar a rotina de estudos anterior ao período da pandemia para o atual momento tende a ser construtiva, por isso, prepare-se para as aulas. Pela manhã, caso consiga, tome café da manhã, tire as vestes de dormir e coloque uma outra roupa – que pode ser confortável, mas fuja do pijama! Olhe com carinho para o quantitativo de horas de estudo, bem como para as expectativas que criou em conseguir tudo em tempo curto.

Vale a pena ressaltar também que, em casos de persistências dos sintomas que te paralisam, sendo apatia,  falta de atividade vital como ausência de energia para realizações dos afazeres diários, falta de perspectiva de vida, baixa auto estima etc. Procure ajuda o quanto antes, com profissionais qualificados na área da saúde mental, psicólogos e psiquiatras.  Permita-se e respeite-se.

 

Lucas Ledo Alves 

Psicólogo CRP 11/13089

 

Referências: 

ALCARÁ, A. R. (2012). Compreensão de Leitura, Estratégias de Aprendizagem e Motivação em Universitários. Tese de Doutorado em Psicologia, Universidade São Francisco, Itatiba, São Paulo.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Ministério da saúde declara transmissão comunitária.  20 de Março de 2020. Disponível em https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/ministerio-da-saude-declara-transmissao-comunitaria-nacional

 

Psicólogo Lucas Ledo Alves - CRP 11/13089

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