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Você já ouviu falar em comunicação não-violenta?

amarelosaudemental saúde mental comunicação comunicação não-violenta Jul 18, 2022 2:41:07 PM Psicóloga Bruna Barreto CRP 11/10675 3 min de leitura

CAPA BLOG 8

A Comunicação Não-Violenta, conhecida também pela sigla CNV, trata-se de uma abordagem estruturada pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg, com o objetivo de proporcionar um formato de comunicação mais fluida e eficaz, em que as pessoas possam se comunicar de maneira honesta e ouvir com empatia.

Em seu texto, ao considerar que somos seres linguísticos, Rosenberg destaca a importância da linguagem e do uso das palavras entre nós, seres humanos, e idealiza, através da CNV, proporcionar uma comunicação com mais consciência das necessidades, nossas e dos outros, com a finalidade de falar sem machucar e ouvir sem se ofender.

Essa abordagem se aplica aos mais variados níveis de comunicação e situações, assim como relacionamentos íntimos, familiares, de trabalho, nas escolas, nas empresas e organizações, pautando-se sempre na compaixão.

Para que fique mais claro como usar essa forma mais compassiva de se comunicar na prática, a CNV é composta por quatro elementos básicos, que se resumem da seguinte forma:

  1. Observar sem julgar;
  2. Identificar sentimentos;
  3. Assumir responsabilidades e
  4. Fazer pedidos.

Sobre o primeiro componente, o que percebemos é que, inevitavelmente, não dissociamos os aspectos de observar e avaliar/julgar. Portanto, cabe aqui justamente o exercício de buscar separar o que é observado sobre determinada circunstância e o que, de fato, se trata de nosso julgamento sobre a situação. O que se sabe é que, ao combinarmos observação e avaliação, diminuímos muito as chances de que ouçam nossa mensagem como desejamos transmitir. As pessoas automaticamente interpretam como crítica, resultando em resistência.

É muito comum termos dificuldade de tomar consciência de nossos sentimentos e expressá-los, e o segundo elemento da CNV trata-se de pôr em prática exatamente essa habilidade. Parece simples, mas o que se observa é que temos um maior repertório de palavras para rotular coisas e pessoas do que para descrever de maneira clara nossos estados emocionais. Na maioria das vezes, no cotidiano, costumamos expressar mais a nossa opinião do que os nossos sentimentos. É importante, então, que possamos enriquecer nosso vocabulário e praticar nomear como estamos realmente nos sentindo em relação a algo.

Para além de identificar e nomear nossos sentimentos, é fundamental assumir responsabilidade por eles. Este terceiro componente diz que, estar consciente de que o que os outros dizem e fazem pode estimular nossos sentimentos, mas não é a causa dos nossos sentimentos. Ou seja, o que sentimos não é culpa de ninguém, mas sim da nossa responsabilidade.

Além da tendência de culparmos outras pessoas, também costumamos nos culpabilizar, levando mensagens e comportamentos para o lado pessoal, assimilando-os como acusação ou crítica.

A comunicação não-violenta nos encoraja a identificar o que queremos. Quais de nossos desejos, necessidades ou expectativas não foram atendidas? Quanto mais conseguirmos conectar os nossos sentimentos com nossas necessidades, mais os outros tendem a reagir com compaixão.

Depois de observar e identificar sentimentos e necessidades, sem criticar, culpar ou julgar os outros, temos o último processo da CNV, que se trata de como expressar os nossos pedidos de uma maneira compassiva.

Aqui o objetivo não é manipular, exigir ou obrigar, mas sim, construir uma relação baseada em transparência e empatia. Como? Dizendo claramente o que queremos, fazendo pedidos de forma clara e específica, evitando mal-entendidos e dando liberdade de escolha para a pessoa.

A prática da CNV aplica-se tanto a quem emite a mensagem como a quem recebe. Os mesmos quatro componentes que nos ajudam a nos expressar honestamente e com mais consciência das nossas necessidades, também auxiliam a ouvir com empatia e compreender as necessidades das outras pessoas.

Aqui, a minha intenção foi apresentar de maneira geral as principais ideias da comunicação não-violenta, sem deixar de ressaltar que sua prática exige um exercício diário. Deixo também o convite para a leitura do livro que serve como um manual para esta prática de fortalecimento de vínculos intitulado “Comunicação não-violenta – Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais” de Marshall B. Rosenberg. Boa leitura!

Psicóloga Bruna Barreto CRP 11/10675

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